Transformações contemporâneas do trabalho e processos de subjetivação: os jovens face à nova economia e à economia solidária
Estudos de Psicologia, 2005 10(1), Universidade Federal do Rio Grande do Norte Brasil.
Enrique Caetano Nardi, Denise Balem Yates, 2005
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Resumo :
O mercado de trabalho contemporâneo aprofundou o fosso social que separa a população inserida no mercado daquela que sobrevive de forma precária. A economia solidária surgiu como contraponto à fratura social daí decorrente. Utilizando a abordagem biográfica, discutimos as trajetórias de trabalho de 30 jovens divididos em dois grupos. O primeiro grupo é composto por 15 jovens empregados no setor da nova economia (informática, telecomunicações e Internet) e 5 jovens empregados no setor bancário pós-reestruturação; o segundo grupo é composto por 5 jovens ligados a um projeto de economia solidária e 5 jovens vinculados a um projeto comunitário. As entrevistas dos jovens inseridos no primeiro grupo revelam a adesão ao discurso gerencial e a constituição de uma ética individualista. Para os jovens do segundo grupo, a economia solidária e o associativismo constituem somente uma alternativa ao desemprego. Frente a essa constatação, perguntamos se estes projetos se constituem efetivamente como um contraponto à lógica de adesão ao discurso de gestão contemporâneo.